the last waltz

‘The Last Waltz’ (1978)
Origem: EUA
Direção: Martin Scorsese
Elenco: 'The Band", Paul Butterfield, Eric Clapton, Neil Diamond, Bob Dylan, Emmylou Harris, Ronnie Hawkins, Dr. John, Joni Mitchell, Van Morrison, Ringo Starr, Muddy Waters, Ronnie Wood e Neil Young
Gênero: documentário/musical

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álbum do documentário e biografia da banda: aqui

‘The Last Waltz’ foi um concerto de rock realizado pelo grupo em 1976 no Winterland Ballroom em São Francisco, e foi divulgado como o final da ilustre carreira da banda. E durante o concerto o grupo se reuniu com vários convidados especiais. O evento foi filmado pelo cineasta Martin Scorsese e transformado em um documentário de mesmo nome, lançado em 1978. O filme traz cenas do concerto, registros de estúdio e entrevistas de Scorsese com os integrantes da banda. Um álbum foi lançado em 1978. ‘The Last Waltz’ é considerado um dos melhores filmes de rock já feitos, apesar de criticado por seu foco em Robbie Robertson, líder e compositor da banda. A idéia de um concerto de despedida surgiu em 1976, depois de Richard Manuel se ferir gravemente em um acidente de barco. O concerto foi organizado por Bill Graham, pseudônimo de Wolodia Grajonca, um alemão que obteve sucesso nos Estados Unidos como empresário e promotor de concertos, no Winterland Ballroom, de sua propriedade, onde ‘The Band’ fez sua estréia ao vivo em 1969. Originalmente o grupo tocaria sozinho, até surgir a intenção de convidar Ronnie Hawkins e Bob Dylan, ambos importantes no surgimento da banda; a lista de convidados então foi ampliada.

A apresentação do ‘The Band’ começou com ‘Up on Cripple Creek’ e continuou com onze das canções mais populares do grupo. Uma sucessão de convidados passou então a subir ao palco, começando com Ronnie Hawkins. Sob o nome ‘The Hawks’, o ‘The Band’ servira como banda de apoio de Hawkins no começo da década de 60. Em seguida, Dr. John sentou-se ao piano para apresentar a canção ‘Such a Night’, sua marca registrada. A seguir veio um set de blues com participações de Paul Butterfield na gaita, Muddy Waters nos vocais, Pinetop Perkins ao piano e Eric Clapton nos vocais e guitarra. Neil Young foi o próximo, cantando ‘Helpless’ com vocais de apoio por Joni Mitchell. Neil Diamond veio em seguida. Van Morrison então apresentou duas canções. Os canadenses Young e Mitchell foram chamados de volta para ajudar a banda com ‘Arcadian Driftwood’, uma ode aos acadianos da história do Canadá. ‘The Band’ então tocou um breve set com mais algumas de suas músicas antes de Bob Dylan subir ao palco para liderar sua antiga banda de apoio durante quatro canções.

Apesar de ter concordado em participar do concerto, Bob Dylan não queria que sua aparição fosse filmada, temendo que isso interferisse em 'Renaldo and Clara', seu próprio projeto cinematográfico. Robertson garantiu a Dylan que o lançamento do filme seria adiado até a estréia de 'Renaldo and Clara', e só então ele concordou em ser filmado. De acordo com Scorsese, Dylan estipulou que apenas duas de suas canções poderiam ser registradas: ‘Baby Let Me Follow You Down’ e ‘Forever Young’. Scorsese admitiu posteriormente que durante esta época estava viciado em cocaína. E drogas estavam presentes em grandes quantidades durante o concerto. Nos bastidores, um cômodo foi pintado de branco e decorado com narizes tirados de máscaras de plástico, enquanto uma fita de áudio com ruídos de inspiração era tocada ao fundo. Uma bolha de cocaína saindo do nariz de Neil Young foi capturada pelas câmeras e teve de ser editada durante o processo de pós-produção.


the blues a musical journey

Em 1903, o compositor com formação em música clássica W. C. Handy (William Christopher Handy) encontrou na estação de trem de Tutwiler, no Estado de Mississipi, um negro tocando em sua guitarra, com a ajuda de uma navalha, a música mais estranha que ele já tinha ouvido. Mais tarde, em Memphis, gravou ‘Yellow Dog Blues’, semelhante a aquela estranha música que ouvira e que ficou para sempre em seus ouvidos. Hoje todos o apontam como o ‘pai do blues’. Handy não inventou nada, mas foi o primeiro a compor e publicar a música que hoje conhecemos como blues, e os prêmios do gênero, em sua homenagem, chamam-se ‘W.C. Handy Awards’. Um século depois daquele mágico encontro em uma solitária plataforma de uma estação de trem, o Congresso dos Estados Unidos, classificando o blues como um tesouro nacional, oficialmente declarou o ano de 2003 como o ‘Ano do Blues’. Além das inúmeras festividades, Martin Scorsese aproveitou para lançar o seu projeto mais ambicioso: sete filmes documentários para contar a história do blues, produzidos por ele e em cada um dos sete episódios, um diretor diferente, como Scorsese, fã incondicional do blues, explora uma etapa no desenvolvimento do gênero. E além de lançar um disco com a trilha sonora de cada filme, não satisfeito, Scorsese lançou ainda uma série de discos dos maiores artistas da história do blues. E elegeu 12, baseado no seu gosto pessoal, que resumiriam um pouco da história deste estilo.

Trilha sonora e os 12 álbuns: aqui

'Feel Like Going Home'
Origem: EUA
Direção: Martin Scorsese
Elenco: Corey Harris, John Lee Hooker, Son House, Salif Keita, Habib Koité, Taj Mahal, Ali Farka Toure, Otha Turner, Muddy Waters, Keb' Mo', Willie King, Lead Belly
Gênero: musical
filme    |    legenda

Dirigido por Martin Scorsese, ‘Feel Like Going Home’, é uma homenagem ao blues do Delta. Rastreando as origens do blues, Scorsese na companhia do músico de blues e reggae Corey Harris, viaja através do Estado do Mississippi, desde as plantações de algodão e depois vai para a África Ocidental, às margens do rio Níger, no Mali, explorando as raízes do blues. O filme celebra o início do bluesmen do Delta através de apresentações originais de Willie King, Taj Mahal, Otha Turner e Ali Farka Toure e raras imagens de arquivo com Son House, Muddy Waters e John Lee Hooker. E Scorsese revela: 'Eu sempre senti uma afinidade pelo blues. A cultura e as histórias narradas através da música fascinam-me e impressionam-me bastante. O blues têm uma ressonância emocional muito forte e é, sem dúvida, a raíz da música popular norte-americana. Eu ouvi o blues pela primeira vez na rádio, em 1958. Eu ouvi Lead Belly cantar 'See See Rider' e saí para comprar um álbum de Lead no mesmo dia. O blues é a emoção de descobrir as raízes como uma forma de arte e ser capaz de preservá-la para a próxima geração. Eu ouço blues o tempo todo, ouço enquanto estou trabalhando, ouço em quartos de hotéis, ouço tarde da noite. Muddy Waters, Son House e Elmore James emocionam-me tanto quanto a ópera ou Beethoven. Eles são minha inspiração. A música é a minha musa'.

'Soul of a Man'
Origem: EUA
Direção: Wim Wenders
Elenco: T-Bone Burnett, Nick Cave and The Bad Seeds, Eagle-Eye Cherry, Shemekia Copeland, The Jon Spencer Blues Explosion, Alvin Youngblood Hart, Skip James, Garland Jeffreys, Chris Thomas King, J.B. Lenoir, Los Lobos, John Mayall, Bonnie Raitt, Lou Reed, Vernon Reid, Marc Ribot, James "Blood" Ulmer, Lucinda Williams, Cassandra Wilson
Gênero: musical
filme    |    legenda

Escrito e dirigido por Wim Wenders, ‘Soul of a Man’, analisa a tensão dramática entre o sagrado e o profano na vida de seus artistas favoritos: Skip James, Blind Willie Johnson e JB Lenoir. O filme conta a história desses artistas através de imagens de arquivo raras, e covers de suas músicas por artistas contemporâneos, incluindo Bonnie Raitt, Lou Reed, Cassandra Wilson, Los Lobos e outros. E Wim Wenders diz: 'Estas músicas tem um grande significado para mim. Eu sinto que há mais verdade em qualquer uma delas do que em qualquer livro que li sobre a América, ou em qualquer filme que tenha visto. Tentei descrever, mais como um poema do que como um documentário, aquilo que me marcou mais nessas músicas e vozes'.

'Road to Memphis'
Origem: EUA
Direção: Richard Pearce
Elenco: Fats Domino, Rosco Gordon, BB King, Little Milton, Little Richard, Bobby Rush, Ike Turner, Howlin 'Wolf, The Coasters
Gênero: musical
filme    |    legenda

Escrito por Robert Gordon, o diretor Richard Pearce em ‘Road to Memphis’, traça a odisséia musical da lenda do blues BB King em um filme que presta homenagem à cidade que deu à luz a um novo estilo de blues. A homenagem de Pearce a Memphis apresenta atuações originais de BB King, Bobby Rush, Rosco Gordon e Ike Turner, bem como imagens históricas de Howlin 'Wolf e Rufus Thomas. E Richard Pearce explica: 'O blues é a hipótese de celebrar uma das mais primitivas formas de arte norte-americana, antes que tudo desaparecesse absorvido, na sua totalidade, pela geração do rock'n'roll. Felizmente chegamos antes que fosse tarde demais'.

'Warming by the Devil's Fire'
Origem: EUA
Direção: Charles Burnett
Elenco: Big Bill Broonzy, Elizabeth Cotten, Reverend Gary Davis, Ida Cox, Willie Dixon, Lightnin 'Hopkins, Son House, Mississippi John Hurt, Vasti Jackson, Bessie Smith, Mamie Smith, Victoria Spivey, Sister Rosetta Tharpe, Dinah Washington, Muddy Waters, Sonny Boy Williamson
Gênero: musical
filme    |    legenda

Escrito e dirigido por Charles Burnett, ‘Warming by the Devil's Fire’ narra a história sobre o encontro de um jovem rapaz com sua família no Mississipi em 1950, e as tensões entre gerações, entre o santificado pregado pelo evangelho e os diabólicos gemidos do blues. E Charles Burnett ressalta: 'O som do blues foi uma parte do ambiente em que vivi, e que eu aceitei como verdadeiro. No entanto, com o passar dos anos, o blues apareceu como fonte de imagens figuradas, com humor e ironia, que nos permite refletir sobre a condição humana. Eu sempre quis fazer uma história sobre o blues que desse a todos uma idéia real do blues'.

'Godfathers and Sons'
Origem: EUA
Direção: Marc Levin
Elenco: Lonnie Brooks, Paul Butterfield, Common, Chuck D and Public Enemy, Bo Diddley, Sam Lay, Ike Turner, Pinetop Perkins, Otis Rush, Magic Slim, Smokey Smothers, Koko Taylor, Sonny Terry & Brownie McGhee, Electric Mud Band, Muddy Waters, Sonny Boy Williamson, Howlin' Wolf, Willie Dixon, Blind Arvella Gray, Carrie Robinson
Gênero: musical
filme    |    legenda

Em ‘Godfathers and Sons’ o diretor Marc Levin viaja para Chicago com a lenda do hip-hop Chuck D, do ‘Public Enemy’, e Marshall Chess, filho de Leonard Chess e herdeiro da ‘Chess Records’, para explorar o apogeu do blues de Chicago. E eles se uniram para produzir um álbum que procura trazer músicos do blues veterano, juntamente com músicos contemporâneos do hop hip tal como se fez com os ‘Common’ e os ‘The Roots’. E juntos com nunca antes vistos, estão imagens inéditas de arquivo de Howlin 'Wolf, Muddy Waters e ‘Paul Butterfield Blues Band’, e apresentações originais de Koko Taylor, Rush Otis, Slim Magic, Ike Turner e Sam Lay. Sobre o filme, Marc Levin esplica: 'Quando estávamos com Sam Lay e a sua banda no Festival de Blues de Chicago, eles estavam tocando o clássico de Muddy Waters, ‘I Got My Mojo Workin’. Eu fechei os meus olhos e deixei-me transportar até os meus 15 anos, quando me encontrava na garagem de uns amigos, a ouvir a banda de blues de Paul Butterfield pela primeira vez. A minha vida mudou nesse dia e, 35 anos mais tarde, a música continua a mexer comigo. O sentimento desse dia foi o que revelei para concretizar este filme'.

'Red, White & Blues'
Origem: EUA
Direção: Mike Figgis
Elenco: Jeff Beck, Big Bill Broonzy, Cream, Lonnie Donnegan, Georgie Fame, Chris Farlowe, Tom Jones, B.B. King, Peter King, Alexis Korner, Albert Lee, Lulu, Humphrey Lyttelton, Sonny Terry & Brownie McGhee, Van Morrison, Rolling Stones, Sister Rosetta Tharpe, Muddy Waters, Lead Belly, Jon Cleary
Gênero: musical
filme    |    legenda

Em ‘Red, White & Blues’ o diretor Mike Figgis se junta a Van Morrison, Eric Clapton, Jeff Beck e Tom Jones, para tocar e falar sobre a invasão britânica na música no início dos anos sessenta que reintroduziu o blues nos EUA. Durante a década de 60, o Reino Unido foi o local para uma revolução social vibrante. Londres, Liverpool, Birmingham, Manchester e Newcastle tinham suas próprias músicas. E músicos de Belfast e Glasgow, mudaram para Londres para fazer parte da cena musical de lá. O jazz pós-guerra e movimentos populares produziram terreno fértil para um novo tipo de blues, totalmente influenciado pelo blues autêntico dos EUA, e, na maioria das vezes, completamente ignorado pelos cidadãos dos EUA. Ele era novo no sentido de que foi moldado em uma forma totalmente pessoal para se ajustar à nova consciência do Reino Unido na década de 60. O importante é que continuaram a prestar homenagens aos autênticos criadores do blues. O filme examina o circunstâncias deste período vibrante. Mesmo Mike Figgis, ainda que de uma maneira menor, participou deste período da história, tocando em uma banda de blues com Bryan Ferry, uma banda que foi o núcleo para a ‘Roxy Music’, banda de art rock do Reino Unido fundada em Londres no início dos anos 70. Uma serie de entrevistas foi feita no famoso estúdio ‘Abbey Road’. Tom Jones, Jeff Beck, Van Morrison, e Lulu todos improvisaram o blues clássico, acompanhado por uma banda composta por jovens e não-tão-jovens-músicos. O resultado é eletrizante. E Figgis explica: 'Estou interessado no porquê de haver tanta excitação sobre esta música, de origem negra, entre os europeus. Para esse fim, juntei um grupo desses músicos e acrescentei à lista alguns jovens talentos. Graças a Deus, o resultado da gravação da sessão, com algumas referências do blues, e as discussões que se seguiram, jogaram luz sobre a razão pela qual o blues foi reintrepretado no estrangeiro e reintroduzido de uma forma universalmente aceita'.

'Piano Blues'
Origem: EUA
Direção: Clint Eastwood
Elenco: Ray Charles, Dr. John, Marcia Ball, Pinetop Perkins, Dave Brubeck, Jay Mcshann, Ottis Span, Art Tatum, Albert Lammons, Pete Johnson, Jay Mcshann, Big Joe Turner, Oscar Peterson, Nat King Cole, Martha Davis, Fats Domino, Prof. Longhair, Charles Brown e Duke Ellington
Gênero: musical
filme    |    legenda

Em ‘Piano Blues’ o diretor e pianista Clint Eastwood explora a sua paixão ao longo da sua vida pelo blues, usando um tesouro de raras cenas históricas, bem como entrevistas e apresentações de lendas vivas, tais como Ray Charles, Fats Domino e Dr. John. E Eastwood explica: 'O blues sempre fez parte da minha vida musical e o piano teve sempre um lugar especial. Tudo começou quando a minha mãe trouxe para casa todos os discos de Fats' Waller. A música teve sempre lugar nos meus filmes, mas o documentário ‘Piano Blues’ deu-me a oportunidade de fazer um filme mais diretamente relacionado com o tema ‘música’, do que qualquer outro filme que tenha feito ao longo da minha carreira'.